quarta-feira, 21 de agosto de 2013
A BELA E A FERA
Há muitos anos, em uma terra
distante, viviam um mercador e suas.
Três filhas . A mais jovem era a
mais linda e carinhosa, por isso
era chamada de "BELA".
Um dia, o pai teve de viajar para
longe a negócios. Reuniu as
suas filhas e disse:
— Não ficarei fora por muito
tempo. Quando voltar trarei
presentes. O que vocês querem? -
As irmãs de Bela pediram
presentes caros, enquanto ela
permanecia quieta.
O pai se voltou para ela, dizendo
:
— E você, Bela, o que quer
ganhar?
— Quero uma rosa, querido pai,
porque neste país elas não
crescem, respondeu Bela,
abraçando-o forte.
O homem partiu, conclui os seus
negócios, pôs-se na estrada para
à volta. Tanta era a vontade de
abraçar as filhas, que viajou por
muito tempo sem descansar. Estava
muito cansado e faminto, quando,
a pouca distância de casa, foi
surpreendido, em uma mata, por
furiosa tempestade, que lhe fez
perder o caminho.
Desesperado, começou a vagar em
busca de uma pousada, quando, de
repente, descobriu ao longe uma
luz fraca. Com as forças que lhe
restavam dirigiu-se para aquela
última esperança.
Chegou a um magnífico palácio, o
qual tinha o portão aberto e
acolhedor. Bateu várias vezes,
mas sem resposta. Então, decidiu
entrar para esquentar-se e
esperar os donos da casa. O interior,
realmente, era suntuoso,
ricamente iluminado e mobiliado de
maneira esquisita.
O velho mercador ficou defronte
da lareira para enxugar-se e
percebeu que havia uma mesa para
uma pessoa, com comida quente e
vinho delicioso.
Extenuado, sentou-se e começou a
devorar tudo. Atraído depois
pela luz que saía de um quarto
vizinho, foi para lá, encontrou uma
grande sala com uma cama
acolhedora, onde o homem se esticou,
adormecendo logo. De manhã,
acordando, encontrou vestimentas
limpas e uma refeição muito
farta. Repousado e satisfeito, o pai
de Bela saiu do palácio,
perguntando-se espantado por que não
havia encontrado nenhuma pessoa.
Perto do portão viu uma roseira
com lindíssimas rosas e se
lembrou da promessa feita a Bela. Parou
e colheu a mais perfumada flor.
Ouviu, então, atrás de si um
rugido pavoroso e, voltando-se,
viu um ser monstruoso que disse:
— É assim que pagas a minha
hospitalidade, roubando as
minhas rosas? Para castigar-te,
sou obrigado a matar-te!
O mercador jogou-se de joelhos,
suplicando-lhe para ao menos
deixá-lo ir abraçar pela última
vez as filhas. A fera lhe propôs,
então, uma troca: dentro de uma
semana devia voltar ou ele ou uma
de suas filhas em seu lugar.
Apavorado e infeliz, o homem
retornou para casa, jogando-se aos
pés das filhas e perguntando-lhes
o que devia fazer. Bela
aproximou-se dele e lhe disse:
— Foi por minha causa que
incorreste na ira do monstro. É
justo que eu vá...
De nada valeram os protestos do
pai, Bela estava decidida.
Passados os sete dias, partiu
para o misterioso destino.
Chegada à morada do monstro,
encontrou tudo como lhe havia
descrito o pai e também não
conseguiu encontrar alma viva.
Pôs-se então a visitar o palácio
e, qual não foi a sua surpresa,
quando, chegando a uma
extraordinária porta, leu ali a inscrição
com caracteres dourados:
"Apartamento de Bela".
Entrou e se encontrou em uma
grande ala do palácio, luminosa e
esplêndida. Das janelas tinha uma
encantadora vista do jardim.
Na hora do almoço, sentiu bater e
se aproximou temerosa da porta.
Abriu-a com cautela e se
encontrou ante de Fera. Amedrontada,
retornou e fugiu através das
salas. Alcançada à última, percebeu
que fora seguida pelo monstro.
Sentiu-se perdida e já ia implorar
piedade ao terrível ser, quando
este, com um grunhido gentil e
suplicante lhe disse:
— Sei que tenho um aspecto
horrível e me desculpo ; mas não
sou mau e espero que a minha
companhia, um dia, possa ser-te
agradável. Para o momento, queria
pedir-te, se podes, honrar-me
com tua presença no jantar.
Ainda apavorada, mas um pouco
menos temerosa, bela consentiu e ao
fim da tarde compreendeu que a
fera não era assim malvada.
Passaram juntos muitas semanas e
Bela cada dia se sentia
afeiçoada àquele estranho ser,
que sabia revelar-se muito gentil,
culto e educado.
Uma tarde , a Fera levou Bela à
parte e, timidamente, lhe disse:
— Desde quando estás aqui a minha
vida mudou. Descobri que
apaixonei-me por ti. Bela, queres
casar-te comigo?
A moça, pega de surpresa, não
soube o que responder e, para
ganhar tempo, disse:
— Para tomar uma decisão tão
importante, quero pedir
conselhos a meu pai que não vejo
há muito tempo!
A Fera pensou um pouco, mas tanto
era o amor que tinha por ela
que, ao final, a deixou ir,
fazendo-se prometer que após sete dias
voltaria.
Quando o pai viu Bela voltar, não
acreditou nos próprios olhos,
pois a imaginava já devorada pelo
monstro. Pulsou-lhes ao pescoço e
a cobriu de beijos. Depois
começaram a contar-se tudo que
acontecera e os dias passaram tão
velozes que Bela não percebeu
que já haviam transcorrido bem
mais de sete.
Uma noite, em sonhos, pensou ver
a Fera morta perto da roseira.
Lembrou-se da promessa e correu
desesperadamente ao palácio.
Perto da roseira encontrou a Fera
que morria.
Então, Bela a abraçou forte,
dizendo:
— Oh! Eu te suplico: não morras!
Acreditava ter por ti só
uma grande estima, mas como
sofro, percebo que te amo.
Com aquelas palavras a Fera abriu
os olhos e soltou um sorriso
radioso e diante de grande
espanto de Bela começou a
transformar-se em um esplêndido
jovem, o qual a olhou comovido e
disse:
— Um malvado encantamento me
havia preso naquele corpo
monstruoso. Somente fazendo uma
moça apaixonar-se podia vencê-lo e
tu és a escolhida. Queres
casar-te comigo agora?
Bela não fez repetir o pedido e a
partir de então viveram felizes
e apaixonados.
segunda-feira, 5 de agosto de 2013
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