quinta-feira, 25 de julho de 2013

A Interdisciplinaridade na Leitura e Escrita

Ler é um conjunto de habilidades e comportamentos, é decodificar silabas ou palavras evoluindo até a leitura de um texto, dentro de um contexto. Escrever são habilidades e comportamentos, que vão desde escrever o próprio nome até a evolução da escrita de uma monografia. Alfabetizar pressupõe conhecimento reflexivo da escrita, para além da fala; exige, como já aponta etimologicamente a palavra alfabetizar, o agrupamento de alfa e beta, as duas primeiras letras gregas para o domínio do sistema da escrita. O sucesso da alfabetização depende do dinamismo do contexto social, que é referenciado pelo trabalho, ciência, participação popular e cultura.
O indivíduo alfabetizado é o sujeito que sabe ler e escrever. O indivíduo letrado, não só sabe ler e escrever, mas usa socialmente a leitura e a escrita, questionando as demandas sociais de leitura e de escrita. “A condição de sujeito letrado se constrói nas experiências culturais com práticas de leitura e escrita que os indivíduos têm oportunidade de viver, mesmo antes de começar sua educação formal” (Morais e Albuquerque, 2004).
A escrita tem uma função social, que traz consigo a idéia de representação. Alfabetizar é trabalhar a leitura e a escrita em suas diferentes funções. Quando trabalhamos a leitura e a escrita de maneira interdisciplinar, temos a oportunidade de introduzir o aluno no mundo da produção da leitura e escrita em situação real de uso, há a veiculação de idéias completas e a compreensão e o uso da mesma como ato interativo. Então, nessa seqüência de ações, o aluno tem oportunidade de participar, de pertencer, de estar junto, de somar e de agir. Portanto, alfabetizar letrando é orientar o ato de ler e de escrever no contexto das práticas sociais.
Não é suficiente ensinar o sistema de leitura e escrita ou a escrita correta das palavras, mas, é preciso orientar os alunos a ler e a produzir textos, o que estabelece também uma intervenção pedagógica ordenada. O ingresso no mundo da leitura e escrita é viável através da assimilação do sistema alfabético (alfabetização) e do desenvolvimento das capacidades de ler e produzir diversos gêneros textuais (letramento). Os gêneros textuais são instrumentos culturais e, portanto, se organizam e se transformam nas práticas de linguagem.
As situações que favorecem a aprendizagem da leitura resumem-se na compreensão da linguagem escrita através do uso, da experiência em situações específicas, em contextos reais de aprendizagem e utilização simultâneas, lendo e escrevendo textos coerentes, significativos e interessantes, em verdadeira linguagem interdisciplinar e contextualizada, como textos de jornais e revistas; contos de fadas; histórias do mundo; lendas, enfim todo o imaginário infantil. Quando essa aprendizagem acontece, o aluno é capaz de produzir e criar novas idéias alicerçadas na fala e na escrita, que lhe são peculiares.
A leitura significativa, feita de maneira interdisciplinar, favorece a memória; o conhecimento sobre a própria leitura do mundo; o conhecimento a respeito de como se escreve; a experiência das emoções. O aluno, através do trabalho interdisciplinar, vivencia experiências para a vida pela interação da linguagem falada e escrita, que não pode ficar restrita apenas a alfabetização, pois é necessário conhecer aspectos distintos existentes entre diferentes linguagens, sem o qual não se dá o efetivo exercício da cidadania.
Finalizando, a leitura e a escrita, é a ferramenta básica de inserção no mundo, é o elemento articulador de diferentes linguagens, é o instrumento para interação com diferentes áreas do saber, e é o meio de demonstração do sentir e do pensar. Trabalhar a leitura e a escrita de maneira interdisciplinar exercita a socialização, pois a livre expressão é responsável por grandes mudanças sociais.

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