Pra mim, livro é vida; desde que eu era muito pequena
os livros me deram casa e comida.
Foi assim: eu brincava de construtora, livro era tijolo;
em pé, fazia parede; deitado, fazia degrau de escada;
inclinado, encostava num outro e fazia telhado.
E quando a casinha ficava pronta eu me espremia lá
dentro pra brincar de morar em livro.
De casa em casa eu fui descobrindo o mundo (de tanto
olhar pras paredes). Primeiro, olhando desenhos; depois,
decifrando palavras.
Fui crescendo; e derrubei telhados com a cabeça.
Mas fui pegando intimidade com as palavras. E quanto
mais íntima a gente ficava, menos eu ia me lembrando
de consertar o telhado ou de construir novas casas.
Só por causa de uma razão: o livro agora alimentava
a minha imaginação.
Todo o dia a minha imaginação comia, comia e comia;
e de barriga assim toda cheia, me levava pra morar no
mundo inteiro: iglu, cabana, palácio, arranha-céu,
era só escolher e pronto, o livro me dava.
Foi assim que, devagarinho, me habituei com essa troca
tão gostosa que - no meu jeito de ver as coisas -
é a troca da própria vida; quanto mais eu buscava no
livro, mais ele me dava.
Mas como a gente tem mania de sempre querer mais,
eu cismei um dia de alargar a troca: comecei a fabricar
tijolo pra - em algum lugar - uma criança juntar com
outros, e levantar a casa onde ela vai morar.
Lygia Bojunga. In: Livro: um encontro. Rio de Janeiro: Casa Lygia Bojunga, 2010. p.8-9.
os livros me deram casa e comida.
Foi assim: eu brincava de construtora, livro era tijolo;
em pé, fazia parede; deitado, fazia degrau de escada;
inclinado, encostava num outro e fazia telhado.
E quando a casinha ficava pronta eu me espremia lá
dentro pra brincar de morar em livro.
De casa em casa eu fui descobrindo o mundo (de tanto
olhar pras paredes). Primeiro, olhando desenhos; depois,
decifrando palavras.
Fui crescendo; e derrubei telhados com a cabeça.
Mas fui pegando intimidade com as palavras. E quanto
mais íntima a gente ficava, menos eu ia me lembrando
de consertar o telhado ou de construir novas casas.
Só por causa de uma razão: o livro agora alimentava
a minha imaginação.
Todo o dia a minha imaginação comia, comia e comia;
e de barriga assim toda cheia, me levava pra morar no
mundo inteiro: iglu, cabana, palácio, arranha-céu,
era só escolher e pronto, o livro me dava.
Foi assim que, devagarinho, me habituei com essa troca
tão gostosa que - no meu jeito de ver as coisas -
é a troca da própria vida; quanto mais eu buscava no
livro, mais ele me dava.
Mas como a gente tem mania de sempre querer mais,
eu cismei um dia de alargar a troca: comecei a fabricar
tijolo pra - em algum lugar - uma criança juntar com
outros, e levantar a casa onde ela vai morar.
Lygia Bojunga. In: Livro: um encontro. Rio de Janeiro: Casa Lygia Bojunga, 2010. p.8-9.
Bem, eu sou suspeito para falar sobre blogs. Sou blogueiro nato, desde 2007, quando criei o Blog do Celsão no JCCP.
ResponderExcluirMuito bom seu blog, falando de livros, outra de minhas paixões.. Precisamos usar mais essa ferramenta com nossos alunos , fazer uma conexão dos blogs com as redes sociais , principalmente Facebook., mas também Google+ que tem bastante visibilidade. Crie uma página do seu blog no face também. É interessante.E principalmente que seu blog continue sendo um prazer, mesmo após esse curso. Que se torne um hábito na vida de todos vocês. Um grande abraço. Vamos trocar links. Eu vou seguir vocês e se vocês assim desejarem também podem me seguir.
https://blogdocelsus.blogspot.com
http://gremiojccp@blogspot.com!
Entra em layout de página e adicionar gadgets . Então entra na opção seguidores. Essa função vai adicionar o link que possibilita você ter parceiros e seguidores e também seguir ps blogs que vocês acharem mais interessantes!
ResponderExcluirOi Celso, obrigada pela dica, vou sim fazer tudo para que este blog flua... Abraços
ResponderExcluirAdorei a dica Celso,acabei me tornando uma 'bloqueira ' também, abraço
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