domingo, 30 de junho de 2013

RESUMO DO LIVRO: A INCRÍVEL HISTÓRIA DA ORQUESTRA - Autor: Bruce Koscielniak

A música através dos tempos

            A música, segundo a teoria musical, é formada de três elementos principais. São eles o ritmo, a harmonia e a melodia. Entre esses três elementos podemos afirmar que o ritmo é a base e o fundamento de toda expressão musical.
Sem ritmo não há música. Acredita-se que os movimentos rítmicos do corpo humano tenham originado a musica. O ritmo é de tal maneira mais importante, que é o único elemento que pode existir independente dos outros dois: a harmonia e a melodia.

A harmonia, segundo elemento mais importante, é responsável pelo desenvolvimento da arte musical. Foi da harmonia de vozes humanas que surgiu a música instrumental.

A melodia, por sua vez, é a primeira e imediata expressão de capacidades musicais, pois se desenvolve a partir da língua, da acentuação das palavras, e forma uma sucessão de notas característica que, por vezes, resulta num padrão rítmico e harmônico reconhecível.
O que resulta da junção da melodia, harmonia e ritmo são as consonâncias e as dissonâncias.
Acontece, porém, que as definições de dissonâncias e consonâncias variam de cultura para cultura. Na Idade Média, por exemplo, eram considerados dissonantes certos acordes que parecem perfeitamente consonantes aos ouvidos atuais, principalmente aos ouvidos roqueiros (trash metal e afins) de hoje.

Essas diferenças são ainda maiores quando se compara a música ocidental com a indiana ou a chinesa, podendo se chegar até à incompreensão mútua.
Para melhor entender essas diferenças entre consonância e dissonância é sempre bom recorrer ao latim:

Consonância, em latim consonantia, significa acordo, concordância, ou seja, consonante é todo o som que nos parece agradável, que concorda com nosso gosto musical e com os outros sons que o seguem.

Dissonância, em latim dissonantia, significa desarmonia, discordância, ou seja, é todo som que nos parece desagradável, ou, no sentido mais de teoria musical, todo intervalo que não satisfaz a idéia de repouso e pede resolução em uma consonância.
Trocando em miúdos, a dissonância seria todo som que parece exigir um outro som logo em seguida. Já a incompreensão se dá porque as concordâncias e discordâncias mudam de cultura para cultura, pois quando nós, ocidentais, ouvimos uma música oriental típica, chegamos, às vezes, a ter impressão de que ela está em total desacordo com o que os nossos ouvidos ocidentais estão acostumados.
Portanto o que se pode dizer é que os povos, na realidade, têm consonâncias e dissonâncias próprias, pois elas representam as suas subjetividades, as suas idiossincrasias, o gosto e o costume de cada povo e de cada cultura. A música seria, nesse caso, a capacidade que consiste em saber expressar sentimentos através de sons artisticamente combinados ou a ciência que pertence aos domínios da acústica, modificando-se esteticamente de cultura para cultura


                                                                                                                                                                                            Renato Roschel

Joachim Quantz, um dos maiores tratadistas e teóricos musicais do período barroco, fez importantes comparações entre a arte musical e a arte da declamação em seu tratado Versuch einerAnweisung, die Flöte traversière zu spielen (Ensaio de um método para se tocar a flauta transversa), de 1752:

A execução musical pode ser comparada ao discurso de um orador. Ambos, o orador e o músico, têm o mesmo objetivo: conquistar os corações, excitar ou acalmar as paixões e transportar o ouvinte ora em um, ora em outro afeto. É para os dois de grande utilidade ter conhecimento sobre os procedimentos um do outro. Exige-se do orador que ele tenha uma voz forte e clara, e uma dicção nítida, precisa e pura; que ele não confunda nem engula letras; que ele tenha uma agradável variedade na voz e na pronúncia do idioma; que ele evite monotonia no discurso; de preferência que o som das sílabas e das palavras seja ora forte e ora suave, ora rápido e ora lento; que eleve sua voz nas palavras que exijam maior intensidade e faça o contrário nas outras; que ele expresse cada afeto com outro timbre; que ele saiba diferenciar de forma apropriada o tom do seu discurso dependendo do local, dos ouvintes e do conteúdo do discurso, seja ele um discurso fúnebre, festivo, engraçado ou qualquer outro; e, finalmente, que ele assuma exteriormente uma boa postura.
                                                                                                       Ritmo e metro:espacialização da experiência musical - Alberto Heller
Estilo Musical: É a maneira pela qual compositores de época e países diferentes combinam simultaneamente os diversos elementos musicais importantes, que são chamados de componentes básicos da música.
Apresentação desses elementos básicos:


Melodia: A linha melódica é frequentemente associada ao traço do desenho, e que pode ser estático ou contínuo. Os sons mais altos, agudos, situam-se no patamar mais elevado de um plano qualquer, e os sons baixos, graves, no patamar mais baixo. Da mesma maneira, escalas ascendentes são semelhantes a movimentos para o alto, e escalas descendentes, a movimentos para baixo. A razão própria desta natural associação, talvez esteja na própria constituição física do som, onde a sustentação harmônica é dada pelas notas graves. (Schoenberg)


Harmonia: quando duas ou mais notas de diferentes sons são ouvidas ao mesmo tempo, há a formação de um acorde.  O encadeamento destes acordes é a harmonia da música.

Intensidade: A intensidade ou força do som depende da amplitude das vibrações acústicas, que por sua vez varia de acordo com a densidade do meio transmissor, a distância entre o ouvinte e o emissor, e com os sistemas de ressonância que, ao reforçar as vibrações de certos comprimentos de onda, interferem no som resultante. Propriedade de som que o define como mais forte(f) ou mais fraco(p-piano)
                                             
Ritmo: [Do gr. rhytmós, 'movimento regrado e medido', pelo lat. rhytmu.] S. m. 1. Movimento ou ruído que se repete, no tempo, a intervalos regulares, com acentos fortes e fracos: o ritmo das ondas, da respiração, da oscilação de um pêndulo, do galope de um cavalo. 2. No curso de qualquer processo, variação que ocorre periodicamente de forma regular: o ritmo das marés, das fases da Lua, do ciclo menstrual. 3. Sucessão de movimentos ou situações que, embora não se processem com regularidade absoluta, constituem um conjunto fluente e homogêneo no tempo: o ritmo de um trabalho. 4. Nas artes, na literatura, no cinema, etc., a disposição ou o desenvolvimento harmonioso, no espaço e/ou no tempo, de elementos expressivos e estéticos, com alternância de valores de diferente intensidade: o ritmo de uma escultura, de uma peça de teatro. 5. Arte Poét. Num verso ou num poema, a distribuição de sons de modo que estes se repitam a intervalos regulares, ou a espaços sensíveis quanto à duração e à acentuação. 6. Mús. Agrupamento de valores de tempo combinados de maneira que marquem com regularidade uma sucessão de sons fortes e fracos, de maior ou menor duração, conferindo a cada trecho características especiais. 7. Mús. A marcação de tempo própria de cada forma musical: ritmo de marcha, de valsa, de samba. 8. Mús. O conjunto de instrumentos de percussão e outros similares que marcam o ritmo (6) na música popular; bateria. Novo Dicionário Aurélio da língua portuguesa.
O ritmo é portanto a maneira com que um evento flui no tempo.
Andamentoé a velocidade com que a música é executada. É indicado tradicionalmente por palavras de origem italiana, pois foram os italianos que, no princípio do século XVIII, designaram os termos para ele. Estes termos são escritos no início do trecho cujo andamento deve ser indicado, logo acima da pauta musical. Existe um aparelho que indica, com exatidão absoluta, o andamento, o metrônomo.
Termos em italiano
Andamento
Definição
Menos
de 40
Extremamente lento
40
Muito vagarosamente e solene
40-60
Muito largo e severo
40-60
Largo e severo
60-66
Mais suave e ligeiro que o Largo
60-66
Lento
66-76
Vagarosamente, de expressão terna e patética
66-76
Vagarosamente, pouco mais rápido que Adagio
76-108
Velocidade do andar humano, amável e elegante
84-112
Mais ligeiro que o Andante, agradável e compassado
108-120
Moderadamente (nem rápido, nem lento)
112-120
Nem tão ligeiro como o Allegro; também chamado de Allegro ma non troppo
120-168
Ligeiro e alegre
152-168
Rápido e vivo
168-180
Mais rápido e vivo que o Vivace; também chamado de molto vivace
168-200
Veloz e animado
200-208
Muito rapidamente, com toda a velocidade e presteza
Nota: As marcações de tempo em bpm podem ser medidas com auxílio de um metrônomo, um relógio especialmente construído para definir uma pulsação constante. Os valores associados a cada andamento são apenas de referência.
 Timbre: É o parâmetro que diferencia sons da mesma altura e de mesma intensidade emitidos por fontes diferentes. A mesma nota ré, por exemplo, assume timbres diferentes se for emitida por um piano ou por um violão, já que cada nota produzida por um instrumento vem acompanhada de notas harmônicas diferentes. Assim o ré do piano vem acompanhado de harmônicos diferentes do ré do violão, permitindo a sua diferenciação pelo timbre.


http://kparolo.wordpress.com/2011/03/29/andamento-2/



Origem da palavra é grega: “orkestra” significava “lugar destinado à dança”. No século V a.C., os espetáculos eram encenados em anfiteatros e “orquestra” era o espaço situado logo à frente da área principal do palco, ocupado pelo coro e pelas danças. Ficavam ali também os instrumentistas.
Séculos depois, mais precisamente no século XVII, na Itália, as primeiras óperas começaram a ser executadas. Como eram imitações dos dramas gregos, o espaço entre o palco e o público, onde ficavam os instrumentistas, também era chamado de orquestra. Daí o sentido da palavra evoluiu ao que hoje conhecemos, designando o conjunto de instrumentos musicais reunidos com o intuito de executar uma obra musical.



As primeiras orquestras eram formadas por um pequeno número de músicos. Foi no século XVII que o compositor Cláudio Monteverdi aumentou para 36 o número de instrumentistas dos grupos sonoros familiares. No século XVIII, com o francês Rameau esse número passou para 47. A partir de Beethoven, no século XIX, a orquestra passou a integrar cerca de 60 músicos. Mas foi Berlioz que a distribuiu como conhecemos hoje, variando de 80 a 100 músicos (Orquestra Sinfônica – abreviação “OS”). O que vai determinar esse número é a combinação orquestral pensada pelo compositor da obra para expressar suas idéias musicais.
Existem também as pequenas orquestras, como a de câmara (abreviação “OC”) – formada apenas por instrumentos de corda, e a barroca – formada por instrumentos de época. Geralmente, ambas são regidas pelo spalla (primeiro violino da orquestra, que pode substituir o maestro).
A disposição dos músicos numa orquestra segue uma seqüência padronizada: os músicos são dispostos em semicírculo, sendo que as cordas vêm na frente: harpa, violino, viola, violoncelo e contrabaixo, seguidos de sopros de madeira: flauta, flautim, clarinete, oboé, fagote, corno inglês, clarone, saxofone e contrafagote, os sopros de metal vêm no centro: trompete, trompa, trombone e tuba, e a percussão atrás: tímpano, caixa, prato, pandeiro, triângulo, bumbo, vibrafone, carrilhão, castanhola, dentre outros, a critério do compositor. Partindo para a categoria dos teclados, o órgão é considerado um instrumento independente da orquestra; o cravo é usado apenas nas orquestras barrocas e o piano, apenas como instrumento solo, assim como o violão.
Havia uma distinção entre Orquestra Filarmônica e Orquestra Sinfônica, esta se referindo à orquestra de profissionais e àquela designava orquestra de amadores. Contudo, essa diferenciação desapareceu no século XX: os dois termos são usados para designar orquestras de músicos profissionais. A diferença é que as Orquestras Filarmônicas são financiadas por empresas ou grupos de pessoas, sem fins lucrativos e as Orquestras Sinfônicas são financiadas pelo Estado.
Antes de iniciar uma apresentação, a orquestra afina os instrumentos na nota “lá” do oboé ou no “lá” do violino do spalla (que tem um ouvido absoluto), compreendendo uma nota de 440 vibrações por segundo, altura padrão aprovada numa Conferência Internacional em 1939.
CORDAS: violino, a viola de arco (também chamada violeta), o violoncelo e o contrabaixo têm quatro cordas que são postas a vibrar através da fricção de um arco. Por este motivo, o grupo que constituem é designado como cordas friccionadas

A Harpa tem 46 cordas de tamanhos diferentes que são postas a vibrar pela ação dos dedos do executante, considerando-se, por isso, um instrumento de cordas beliscadas. O músico pode ainda modificar a altura produzida por cada corda através do uso de sete pedais. Deste modo, usando as cordas soltas e recorrendo aos pedais consegue-se obter as notas correspondentes às teclas brancas e pretas do piano.


SOPRO : Os instrumentos de sopro de orquestra são divididos em madeiras e metais. Apesar desta distinção ter a ver com o material com que esses instrumentos eram feitos quando surgiram as primeiras orquestras, hoje baseia-se principalmente no timbre, uma vez que atualmente, alguns instrumentos desse grupo, como a flauta transversal, já serem feitos de metal.

Madeiras é o nome dado a instrumentos musicais de sopro cujo método de ativação não é a vibração dos lábios, mas sim, a vibração de uma palheta ou a passagem do ar por uma aresta.     

As madeiras são dividas em:

Embocadura Livre: mais parecido com a voz humana
Palheta Simples: sons aveludados
Palheta Dupla: sons anasalados

Embocadura Livre: Flauta - instrumento musical formado por um tubo oco com orifícios. Bastante antigo, a execução de tal instrumento consiste no ato de soprar o interior do tubo ao mesmo tempo em que se tapam e/ou destapam os orifícios com os dedos.
Flautim - um instrumento musical da família da flauta, soando uma oitava acima da flauta soprano, da qual possui igual digitação. É constituído por um pequeno tubo de cerca de 33 cm de comprimento e um bocal.
Palheta Simples: Clarinete - um instrumento musical de sopro constituído por um tubo cilíndrico de madeira (já foram experimentados modelos de metal), com uma bocarra cônica de uma única palheta e chaves (hastes metálicas, ligadas a tampas para alcançar orifícios aos quais os dedos não chegam naturalmente). Possui quatro registros: grave, médio, agudo e superagudo.
Palheta Dupla: Fagote - constituído por um longo tubo cônico de madeira de cerca de 2,5 metros, dobrado sobre si mesmo.A palheta dupla é fixada em um tudel de cobre, ou bocal. Devido ao complicado dedilhado e às palhetas duplas, o fagote é um instrumento particularmente difícil de aprender, e os estudantes normalmente o escolhem após dominarem um outro instrumento de sopro, como a flauta ou o clarinete. O fagote é o mais grave instrumento de madeira da família dos sopros. Ele se ramifica ainda em outros dois instrumentos: o fagotino e o contrafagote. O fagotino é um fagote menor e mais agudo, que atualmente está em desuso. O contrafagote é maior que o fagote, pesando cerca de 10 kg, e soa uma oitava abaixo deste.
Oboé - O corpo do oboé é feito normalmente de madeira (ébano, jacarandá) e tem formato ligeiramente cônico - alguns instrumentos mais recentes têm sido feitos de plástico. Uma pequena e delgada tira de uma cana especial é dobrada em dois e um pequeno tubo de metal é colocado entre os dois lados da tira dobrada, a qual é então passada em volta do tubo e firmemente amarrada a ele. A parte dobrada da tira é cortada e as duas extremidades, delicadamente desbastadas, constituindo então a palheta dupla. O tubo de metal encaixa-se em uma base de cortiça que é firmemente fixada na extremidade superior do oboé.

Corne Inglês - É um instrumento transpositor em fá, portanto uma quinta abaixo do oboé, em dó. Sendo um instrumento mais grave, também é maior do que o oboé, e geralmente o instrumentista necessita de uma alça no pescoço para auxiliar o suporte, como no caso do fagote e de alguns tipos de saxofone. A palheta dupla utilizada no corne inglês é muito semelhante à do oboé, mas não é inserida diretamente no instrumento e, sim, em um bocal.



Metais:  o som é produzido soprando e fazendo vibrar os lábios num bocal colocado na extremidade do tubo. 
O bocal em diferentes perspectivas.
As diferentes notas são conseguidas através de mudanças na intensidade do sopro e pela modificação do comprimento do tubo. A modificação do comprimento do tubo faz-se através do uso de pistões ou de chaves (que ligam tubos adicionais ao tubo principal), na trompete, tuba e trompa, ou através de um tubo que desliza por fora do tubo principal, no caso do trombone.                             
                  


PERCUSSÃO: Esta família foi buscar o seu nome ao verbo percutir que significa bater. No entanto, existem hoje na orquestra instrumentos de percussão em que o som é produzido agitando o instrumento (como as maracas) ou raspando a sua superfície (como o reco-reco) mas nas primeiras orquestras não eram utilizados. Assim, seremos mais precisos se dissermos que os instrumentos de percussão são aqueles em que o som, de altura definida ou indefinida, é produzido pela vibração do próprio corpo do instrumento ou pela vibração de uma membrana ou pele.



http://www.infoescola.com/musica/orquestra/

  
Livro: A incrível história da orquestra       Autor: Bruce Koscielniak




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